Iracema - José de Alencar

quinta-feira, março 29, 2018




Publicado em 1865, Iracema, de José de Alencar, é um romance indianista, e faz parte da trilogia do autor ao qual ainda pertencem O Guarani e Ubirajara. Mais uma vez o autor usa detalhes, para narrar a história, que marcam as características brasileiras e da época, usando palavras indígenas, possuindo diversas interpretações, dependendo do conhecimento e entendimento de cada leitor.

Um belo dia, quando está repousando, Iracema se assusta com a chegada de um guerreiro estranho. Para se defender, dispara uma flecha. Ao perceber que o homem não quer lhe fazer mal, decide ajuda-lo, levando até sua tribo.

Como de costume, o pajé da tribo tabajara, pai de Iracema, oferece a Martim comida, pouso e lindas mulheres, mas ele recusa, declarando sua paixão pela bela Iracema.

Martim, na verdade, é um aliado dos inimigos da tribo de Iracema, os índios potiguaras, aliados dos franceses, mas isso não impede que o pajé o receba bem.

Ao decidir ir embora, Iracema acompanha Martim, não querendo abandonar o sue amor. Com os mesmos sentimentos, Martim decide construir uma cabana próxima a uma tribo amiga para viver com Iracema.

Um dia, Martim precisa ir defender sua tribo, e parte deixando Iracema grávida. Martim sente falta da sua terra, Iracema de seu esposo. Após o nascimento de Moacir, Iracema decide procurar Martim, porém descobre que ele ainda está em guerra. Iracema volta para a cabana, porém sua tristeza é muito grande.

O romance de Iracema e Martim representa a união entre o branco colonizador e o índio. É a partir daí que Alencar usa a ficção para narrar a criação do Ceará.

Iracema possui uma postura submissa a Martim, representando o ideal de submissão que o índio teria ao branco, o que também fica claro já que, por amor, a índia abandona sua família, seu povo e sua religião. Iracema se mantém virgem até a chegada de Martim em sua tribo, o casamento dos dois só é possível devido a isso, já que para as tradições religiosas de Martim, seria impossível o relacionamento do casal.

Enquanto Iracema representa a cultura indígena, Martim é o branco colonizador tão forte e guerreiro como o índio. Na obra, Martim fica dividido entre as duas culturas, e a saudade que sente de sua tribo é o que o faz se afastar de Iracema.

Existe na narrativa uma poesia em forma de prosa, onde Iracema representa a natureza, e Martim, a civilização. O autor, filho do Ceará, exalta a beleza de sua terra natal, usando metáforas e comparações que ampliam as imagens do nordeste paradisíaco, das praias e das serras, dos rios, do exótico. O romance mistura ainda a ficção e a documentação, fatos marcantes da narrativa de Alencar.

IRACEMA
AUTOR: JOSÉ DE ALENCAR
EDITORA: ÁTICA
PÁGINAS: 91

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