O primeiro livro que li de Júlio Verne foi “A volta ao mundo em 80 dias”, e essa aventura por tantos lugares incríveis em uma viagem tão corrida me fez querer ler mais obras de Verne. “Cinco semanas em um balão” foi o primeiro livro de sucesso do autor, publicado em 1863, e com ele embarcamos em uma viagem pelo continente africano.

Com um espírito audacioso, Samuel Fergusson propõe a Real Sociedade Geográfica de Londres um plano que, para eles, só poderia ser maluquice, de encontrar a nascente do rio Nilo. Para isso, Fergusson contará com a companhia de seu criado e fiel escudeiro, Joe, e de seu amigo, o caçador escocês, Dick Kennedy, que tenta de todas as formas, até o último instante, impedir essa empreitada de Fergusson.

A aventura seria realizada dentro de um balão, partindo de Zanzibar, com o objetivo de atravessar o continente e chegar à outra costa da África em cinco semanas, e durante esse trajeto encontrar a nascente do rio Nilo. Com essa viagem, temos uma ideia de como era o território, a geografia e a cultura de um povo desconhecidos pelos europeus da época.

Samuel Fergusson é perspicaz e um homem com uma grande inteligência e, seguro de seus cálculos e invenções, os três companheiros embarcam nessa jornada pelos ares africanos. Mas o que eles não imaginavam é que essa viagem transformaria suas vidas, envolvendo grandes perigos, várias descobertas inacreditáveis e o início de uma amizade leal a bordo do Vitória.

Acompanhamos com Fergusson, Kennedy e Joe, o desbravamento de uma África desconhecida, o berço de culturas tão diferentes, a caça de animais exóticos que acontecia de forma comum naquela época e que particularmente me causou irritação, mas acima de tudo uma grande aventura graças à imaginação de um autor que é considerado por muitos críticos literários o inventor do gênero de ficção científica.

CINCO SEMANAS EM UM BALÃO

AUTOR: JÚLIO VERNE

EDITORA: PRINCIPIS

PÁGINAS: 288

Publicado em 1865, “Da Terra à Lua” pode ser considerada uma obra para adolescentes já que é uma leitura tranquila e que atiça a curiosidade de como as pessoas imaginavam o futuro da ciência naquela época. A história acontece nos Estados Unidos quando um grupo de veteranos entediados após a Guerra da Secessão que moram na cidade de Baltimore criam o Gun Club e resolvem dar início a um projeto muito ousado.

Após desenvolverem os melhores canhões durante a guerra e que acabaram virando objetos de decoração com o fim dela, esses homens acreditam que podem enviar um projétil que chegará à Lua, e para isso, será necessário construir o maior canhão já feito até então. Todo um plano é traçado, astrônomos são consultados para saber se é possível realizar esse feito e para saberem qual a melhor época do ano e local de partida para enviar o projétil.

Uma corrida para arrecadar dinheiro para o plano tem início e será preciso superar vários desafios de engenharia e convencer muitas pessoas de que eles não são lunáticos. Depois de muitas reuniões, a Flórida é o estado escolhido para a construção do canhão, por ser localizada em uma latitude baixa do planeta e mais próxima à linha do Equador.

Paralelo à construção do canhão, um telescópio também está sendo construído, afinal de contas, o projétil grande o suficiente, precisará ser visto da Terra. A dificuldade do plano aumenta quando o corajoso francês Miguel Ardan decide que o projétil precisa ser adaptado para que ele possa viajar dentro dele e chegar à Lua. Claro que várias objeções são feitas a esse plano mirabolante, mas a audácia dos membros do Gun Club supera as expectativas.

Acompanhamos nessa história um plano que pode ser considerado maluco e impossível para a época, mas que com certeza, graças à imaginação de Júlio Verne, pode ter incentivado os cientistas e astrônomos tantos anos depois com a famosa corrida espacial, e como diria o próprio autor, “nunca se fez nada grande sem uma esperança exagerada”.

DA TERRA À LUA

AUTOR: JÚLIO VERNE

EDITORA: PRINCIPIS

PÁGINAS: 192

Dando continuidade à leitura de aventuras, “As minas do Rei Salomão” nos faz viajar para a África do século XIX. Alão Quartelmar, personagem principal, narra em primeira pessoa essa história como se fosse seu diário de viagens. Cidadão inglês e caçador de elefantes na África, ele recebe uma proposta do barão Curtis para ajudá-lo a encontrar seu irmão que desapareceu na savana africana enquanto tentava encontrar as lendárias minas do rei Salomão.

Depois de combinarem quais seriam os lucros que receberia com essa arriscada expedição, Quartelmar apresenta um mapa que havia encontrado alguns anos antes e que nunca tinha levado a sério. O mapa pertencia a um português que conseguiu chegar ao reino dos Kakuanas trezentos anos antes.

Seguindo para essa aventura rumo ao reino dos Kakuanas estão Quartelmar, o barão Curtis eo capitão John. No meio do caminho conhecem o nativo Umbopa, um homem muito diferente dos outros carregadores negros graças à sua educação, e decidem levá-lo junto com a expedição.

Com muita dificuldade eles atravessam o deserto e chegam à Sabá, uma cordilheira que envolvia o reino dos Kakuanas e que possuía o formato de dois seios. Subindo a montanha encontram em uma caverna o corpo congelado de José Silveira, o português responsável por desenhar o mapa que eles seguiam. Depois de tantos problemas no caminho, os quatro homens finalmente encontram o território Kakuana.

Quando são atacados por um pelotão do exército tribal, eles conseguem reverter a situação dizendo que são homens vindos das estrelas, que são deuses, e disparando suas armas de fogo dizem que elas são mágicas, fazendo o exército acreditar nessa mentira. Assim, eles são levados para o rei Tuala, que comanda seu povo com implacável violência, e que assumiu o poder anos antes depois de assassinar seu irmão, exilandosua esposa e sobrinho, supostamente mortos no deserto.

Quando os viajantes descobrem que o verdadeiro nome de Umbopa é Ignosi, filho do rei assassinado por Tuala,uma rebelião no exército do rei tem início, e mesmo em menor número, eles conseguem derrubar e matar Tuala, devolvendo o trono ao verdadeiro rei.

Ainda com o objetivo de chegarem às minas do rei Salomão na esperança de encontrarem o irmão desaparecido do barão Curtis, os ingleses capturam a perversa bruxa Gagula que promete guiá-los para a montanha onde estão localizadas as minas. Quando encontram o tesouro, Gagula coloca suas garras de fora, engana os ingleses e os prende dentro da montanha. Depois de acreditarem que iam morrer, eles encontram uma rota de fuga e de todo o enorme tesouro escondido na mina, eles conseguem levar apenas uns poucos bolsos cheios de diamantes.

Com o fim dessa aventura, eles deixam o rei Ignosi com seu povo e retornam à civilização por uma rota diferente e sem sofrimento. No meio do caminho, em um oásis, eles finalmente encontram o irmão desaparecido do barão Curtis, com uma perna quebrada e incapaz de continuar a viagem, por isso o seu desaparecimento. Quando chegam à Inglaterra eles tem dinheiro suficiente para viverem confortavelmente.

“As minas do rei Salomão” se passa na Europa do século XIX em um contexto histórico mundial onde reinava a conjuntura neocolonialista e imperialista das nações europeias, que após sua Segunda Revolução Industrial estavam eufóricas à procura de matérias-primas e de novos mercados consumidores para despejar seus produtos. Quartelmar é um típico aventureiro europeu do século XIX em busca de aventuras e riquezas na misteriosa África, que ainda era um lugar desconhecido para os europeus desta época.

Quartelmar deixa claro em toda a história o conceito de “missão civilizatória do homem branco”, ideia de que o homem branco europeu seria o detentor da civilização, do progresso e da cultura e por este motivo estaria destinado a carregar os outros povos atrasados rumo à civilização.

AS MINAS DO REI SALOMÃO

AUTOR: HENRY RIDER HAGGARD

EDITORA: PRINCIPIS

PÁGINAS: 176

Confesso que estava ansiosa e curiosa para ler esse livro, não conhecia a autora e gostei da narrativa, e apesar de ter adorado da história, o final não foi o que eu esperava e infelizmente deixou a desejar.

“Em nossa próxima vida” é uma viagem no tempo. Conhecemos Katherine e Matthew em quatro versões e épocas diferentes, mas o amor que existe entre eles é como um fio invisível que os une e que atravessa os anos.

Em 1745, na Inglaterra, Katherine é uma jovem que após perder a avó passa a morar com uma tia que começa a apresentar a dama para a sociedade em busca de um pretendente. Mas o cenário e a época são conflituosos já que uma batalha está prestes a acontecer entre os rebeldes jacobitas e as tropas do governo britânico. Matthew é um dos criados de sua tia e mesmo com a grande diferença social, nada impede que uma amizade nasça entre eles ocasionando o despertar de um amor que durará muitas vidas.

No ano de 1854, a órfã Katy se passa por Kit, um menino que trabalha para lorde Somerset, que mantém essa identidade para conseguir casa e comida. Seu patrão a envia para uma guerra que está acontecendo na Crimeia entre o Império Russo e a Aliança Anglo-Franco-Sarda, integrada pelo Reino Unido, França e o Reino da Sardenha, além do Império Otomano, na tentativa de espionar o jornalista do The Times, Matthew Galloway.

Mas sua farsa de ser um menino é descoberta por Matthew que passa a proteger Katy e, mais uma vez, a amizade que surge entre eles, cem anos depois do primeiro encontro, se transforma em um amor que traz lembranças inexplicáveis para os dois.

Matthew e Katherine Galloway são cientistas em 2019. Casados, os dois foram assassinados em seu laboratório e acusados de uma conspiração por terem criado uma arma biológica capaz de destruir o planeta, tendo o caso abafado depois que a terceira guerra mundial teve início.

Quando, em 2039, Kate resolve pesquisar sobre seu parceiro de laboratório da faculdade, Matthew, a jovem descobre várias páginas que levam ao casal cientista Galloway. Ao clicar e ver as fotos dos dois ela percebe o quanto Katherine se parece com ela, incluindo as mesmas sardas, e como o seu parceiro era idêntico com aquele Matthew cientista, mesmo a fotografia tendo sido tirada vinte anos atrás.

A partir daí Kate começa uma investigação interminável e perigosa a respeito do passado de sua família, o que traz memórias de tempos antigos demais para ela ter vivido, mas reais o bastante para se lembrar de como se sentia em cada época.

“Em nossa próxima vida”, Lauren James nos faz viajar pelo tempo e pelas quatro vidas de um casal que precisa voltar a se encontrar para terminar o que estavam predestinados a realizar no mundo, independente de quanto tempo demorasse a acontecer. É um romance que prende o leitor pela curiosidade, mas como disse antes, com um final que na minha opinião deixou a desejar.

Comenta aqui em baixo se você já leu essa história e o que você achou.

A gente se vê no próximo post, até lá!

EM NOSSA PRÓXIMA VIDA

AUTOR: LAUREN JAMES

EDITORA: HARPER COLLINS

PÁGINAS: 288