Sabe aquele ditado “nunca julgue o livro pela capa”? Na verdade ele é bem influenciável, já que a capa é parte importantíssima na hora de atrair os leitores, quase como amor à primeira vista ou primeiras impressões. Geralmente é através dela que temos uma base do conteúdo do livro, algumas vezes podem ser pura arte mesmo.

Durante a faculdade de jornalismo, aprendi a importância da diagramação, não só dos textos e títulos dos capítulos, como as fontes utilizadas para facilitar a compreensão dos leitores, mas também como uma imagem pode atrair ainda mais.

Confesso que nem sempre compro um livro pela capa, posso ser atraída por ela inicialmente, então leio a contracapa e aí sim resolvo comprar ou não. Mas hoje eu vou falar das capas mais bonitas que tenho na minha estante e que não foram escolhidas exatamente por suas artes, mas que deram um toque especial aos seus conteúdos.

Para uma boa fã de histórias do Antigo Egito, as capas de “A décima segunda transformação” e “Filha do amanhecer”, de Pauline Gedge, da editora Bertrand Brasil, contêm cenas que narram como eram os costumes dos faraós, com vários detalhes e também hieróglifos, que são os caracteres que eram usados como escrita e que podemos ver nas tumbas e nos papiros da época. A capa é uma arte e mais uma forma de se sentir dentro da narrativa.

A série “Os heróis do Olimpo”, de Rick Riordan, da editora Intrínseca, traz capas ilustradas com cenas que podemos facilmente reconhecer no meio das histórias narradas pelo autor. Várias vezes durante a leitura me peguei fechando os livros para poder visualizar a cena através da capa.

A trilogia “Fronteiras do universo”, de Phillip Pulman, da editora Suma de Letras, traz capas que me deixaram encantada. A versão que li a primeira vez foi diferente dos livros que comprei após alguns anos e confesso que quando abri a caixa me apaixonei à primeira vista e fiquei analisando cada detalhe que, além de tudo, tem uma impressão diferenciada e laminada, fazendo a arte brilhar de acordo com a luz. Lembro que na época cheguei a enviar uma mensagem para a editora comentando que bela arte fizeram nos livros.

Comenta aqui em baixo se você costuma comprar livros pela capa e quais são os mais bonitos da sua estante.

A gente se vê no próximo post, até lá!

Para quem não tem o hábito de ler começar por um livro pequeno é a melhor escolha, além, é claro, de uma história que te agrade para poder te prender nele até a última página.

Sou fã de livros médios, por assim dizer, esses de mais ou menos quinhentas páginas com um bom enredo que te encanta tanto que faz você querer uma trilogia ou mais. Mas hoje eu vou citar alguns dos meus favoritos que são bem curtinhos e dá para ler em um dia, dependendo da sua força de vontade e disponibilidade.

“O livro secreto”, de Grégory Samak, conta a história de Elias Ein, que se muda para uma pequena cidade na Áustria a fim de aproveitar a sua aposentadoria com tranquilidade. Na casa nova, ele descobre uma porta misteriosa e, por trás dela, uma biblioteca secreta, com várias obras diferentes. Entre elas, está o Grande Livro da Vida, a obra em que Deus escreveu em detalhes sobre cada ser humano que pisou na Terra. E é então que Elias se questiona o que faria se pudesse mudar o destino.

Após presenciar a dor e a tragédia que o nazismo fez com o mundo, perdendo seus familiares no Holocausto, Elias têm nas mãos a chance de reescrever a história e dar um novo rumo para um dos maiores dramas da humanidade. E é em torno de toda essa aparente aventura que gira a história. Um livro bem pequeno e atrativo que com certeza vai fisgar você.

Apesar de nunca ter feito resenha de “O alquimista”, de Paulo Coelho, confesso que foi uma leitura muito bem recomendada que ainda não tinha me atraído justamente por ser famosa, mas que compensou demais ter dado uma chance à ela.

Santiago é um jovem pastor da região de Andaluzia, na Espanha, que sonha viajar em busca do tesouro mais magnífico do mundo, que sempre esteve presente em seus sonhos. Após ouvir uma cigana que leu sua mão, decide partir nessa aventura, passando pelos mercados de Tânger, no Marrocos, até o deserto egípcio.

“O alquimista” nos ensina, através dos tesouros que Santiago encontra ao longo de sua jornada, sobre a sabedoria de escutarmos nossos corações, de aprendermos a ler os sinais que aparecem ao longo do caminho de nossas vidas e também a seguir os nossos sonhos, afinal de contas, “quando você quer alguma coisa, todo o universo conspira para que você realize o seu desejo”.

“A marca de uma lágrima”, “Mariana” e “Pântano de sangue”, de Pedro Bandeira, são três livros para adolescentes, que li na adolescência e que recomendo para todo mundo, já que nós nunca deixamos os jovens que um dia fomos morrer.

“A marca de uma lágrima” é pura poesia, é um romance com toques de aventura e mistério. Isabel se apaixona pelo seu primo Cristiano, mas este se apaixona por sua Rosana, enquanto Fernando, amigo de Isabel, se declara apaixonado por ela. Isabel tenta ajudar Cristiano a conquistar Rosana com suas poesias que, na verdade, escreve intencionalmente com seus mais profundos sentimentos para o próprio Cristiano. E assim acompanhamos essa saga entre os jovens.

“Mariana” é pura diversão. É uma leitura gostosa e tão divertida que durante a segunda leitura, me fez lembrar as minhas aventuras durante a adolescência. Mariana tenta se enturmar na escola e, para isso, decide criar uma vida dupla, agitada, com um namorado inventado que mora nos Estados Unidos. É nesse perrengue entre a vida real e a fictícia que nos divertimos com a jovem.

“Pântano de sangue” é uma aventura bem conhecida pelos jovens, envolvendo uma investigação criminosa e um bom suspense. Cinco amigos adolescentes, intitulados “Os Karas”, se arriscam no combate ao crime organizado no pantanal e trata de assuntos como o comércio ilegal de peles de animais, o desmatamento, a preservação da natureza e da cultura indígena e o tráfico internacional de drogas.

Livros curtinhos, de rápida leitura, mas com histórias que fisgam os leitores e nos levam a viajar sem sair do lugar!

Espero que vocês tenham gostado dessas dicas de leitura, até o próximo post!

Fiquei sabendo da existência desse livro graças à minha prima Naira, que geralmente me recomenda coisas muito boas. Depois de um bom tempo finalmente comprei o livro, a minha versão de capa dura, que achei maravilhoso, e então comecei a leitura.

Estés é uma psicanalista junguiana que resolveu reunir seus estudos e análises sobre o arquétipo da natureza instintiva das mulheres dando origem a Mulheres que correm com os lobos, um trabalho de vinte anos, envolvendo ainda em seu contexto mitos e histórias de vários lugares do mundo.

Acompanhamos, através de lendas e histórias antigas, a saga da mulher que, com o passar do tempo, teve seus instintos selvagens domesticados pela sociedade, na busca pela essência da alma feminina, sua psique instintiva mais profunda. A autora compara as mulheres com as lobas e tendo isso como base, narra os contos e faz a interpretação de cada um deles, em cada capítulo, tentando desmistificar os pontos mais intrigantes e confusos da psique feminina.

Pode ser que o contexto dessa obra acabe chocando algumas pessoas, quando, por exemplo, Clarissa fala sobre a força da vida-morte-vida que é extremamente mal compreendida em muitas culturas modernas, já que estamos acostumados a ter medo da morte e não compreendemos que ela faz parte da nossa própria natureza.

Muitas culturas não entendem que “A Morte é carinhosa e que a vida se renovará com seu auxílio.” Para outras culturas, “A Morte abraça os que já estão morrendo, abrandando sua dor e proporcionando alívio.” “Diz-se que ela guia as mãos da parteira (...) e que ainda consola quem esteja chorando sozinho”.

Para quem foi criada em uma cultura onde a morte é o fim de tudo, com o tempo e graças a algumas leituras consegui ir mudando a minha compreensão sobre o assunto e hoje não enxergo mais a morte como uma culpada, mas como uma consequência de um ciclo. Nesse capítulo, a autora me fez mudar mais uma vez de opinião, analisando que talvez a morte realmente seja essa “companheira” natural.

Estés diz ainda nesse capítulo que, se um relacionamento está em seus suspiros finais, então é preciso deixá-lo morrer, para poder nascer de novo, e não tem como fugir disso. Para ela, precisamos parar de encarar vida e morte como opostos, mas sim como forças complementares, já que quando uma termina a outra começa.

Várias culturas são analisadas através das histórias passadas de gerações em gerações de mulheres que precisam ser ouvidas e contadas. “A mulher-esqueleto” fala sobre encarar essa natureza de vida-morte-vida do amor. Com “O patinho feio” descobrimos aquilo a que pertencemos. Em “Pele de foca, pele da alma” aprendemos sobre a volta ao lar, o retorno ao próprio self. “Vasalisa” fala sobre permitir a morte da mãe-boa-demais. E “O urso da meia-lua” nos ensina a lidar com a raiva.

Na minha opinião, Mulheres que correm com os lobos deveria ser considerada uma obra de leitura obrigatória para todas as mulheres. Não é um passo a passo que você deve seguir em cada ponto e em cada vírgula e que vai salvar você dos erros e perigos do mundo, mas é uma análise profunda da natureza feminina que nos faz ter consciência de que tudo isso é real, e apesar de muitas histórias serem lendas, sempre há aquela lição no final com que podemos aprender muitas coisas.

MULHERES QUE CORREM COM OS LOBOS

AUTOR: CLARISSA PINKOLA ESTÉS

EDITORA: ROCCO

Mais um livro que entra por acaso na minha lista graças a uma visita ao Sebo de Birigui. Apesar de nunca ter ouvido falar no título ou no autor resolvi dar uma chance e ver se seria surpreendida, e apesar de não achar tão incrível assim, valeu a pena para conhecer um lugar que tenho muita vontade de conhecer em uma época que nunca vou viver.

A fortaleza da solidão, de Jonathan Lethem, se passa no Brooklyn dos anos 1970 e conta a história de dois amigos, Dylan e Mingus, um branco e um negro, que crescem na Dean Street em meio a outras crianças da vizinhança, revistas em quadrinhos, batalhas entre Djs e vagões de metrô cobertos por grafite.

Com nomes de gênios da música norte-americana (Charles Mingus e Bob Dylan), os dois são criados longe de suas mães por pais introvertidos e compenetrados em seus mundos: o de Dylan é um artista plástico que dedica todo o seu tempo a um projeto pessoal misterioso e interminável; o de Mingus, um cantor de soul afundado nas drogas.

Obrigados a viver de acordo com as regras do bairro e das ruas, em meio à integração racial preconizada pelos movimentos dos direitos civis da década de 1960 que não acontece, Dylan e Mingus estão sempre em campos opostos. Apesar ou por causa disso, eles desenvolvem uma profunda e poderosa amizade.

Sempre pagando o preço por ser um dos poucos garotos brancos da vizinhança, Dylan é roubado, agredido e importunado quase todos os dias de sua infância. De Mingus a sociedade espera que ele seja o agressor, mas indo contra os padrões, o garoto prefere deixar sua marca de outra forma, tornando-se um dos primeiros e mais ousados grafiteiros do Brooklyn.

Com uma amizade fora dos moldes do bairro e da época, Dylan tem em Migus seu amigo-protetor que, ao seu lado, não precisa ser o jovem perigoso que as ruas exigem. Adulto, Dylan tenta reunir os pedaços dispersos da infância pela qual se torna completamente obcecado.

Jonathan Lethem usa traços autobiográficos para narrar um épico sobre a história norte-americana dos anos 1970, retratando a ocupação do Brooklyn por brancos de classe média e a tensão racial gerada pela convivência de várias culturas e subculturas urbanas.

A fortaleza da solidão descreve esse cenário conflituoso do qual surgem alguns dos mais influentes fenômenos da cultura pop, linguagem pela qual se desenvolve a amizade de Dylan e Mingus, com referências aos quadrinhos de super-heróis, a ficção científica, a música negra – soul, funk, rap e hip-hop – e ao grafite. Não apenas isso, mas Lethem constrói uma espécie de inventário amargo da geração que herdou os sonhos e os pesadelos dos anos 1960.

A FORTALEZA DA SOLIDÃO

AUTOR: JONATHAN LETHEM

EDITORA: COMPANHIA DAS LETRAS

PÁGINAS: 612