1984 – George Orwell

quinta-feira, junho 17, 2021



Considerada uma das obras mais influentes do século XX, “1984”, de George Orwell, é um clássico moderno publicado em 1949, quando o ano de 1984 pertencia a um futuro distante.

 

Winston Smith, um possível herói dessa distopia, é um homem angustiado de trinta e nove anos refém de um mundo onde reina a opressão absoluta. Ter uma mente livre é considerado um crime gravíssimo em Oceânia, já que o líder simbólico do Partido, o Grande Irmão, “está de olho em você”, controlando tudo e todos através de teletelas.

 

Com o slogan “guerra é paz, liberdade é escravidão, ignorância é força”, o mundo é bem diferente do que era no início da década de 1950. O mundo de 1984 está dividido em três potências: Oceânia, Eurásia e Lestásia, que vivem em guerra na disputa de mais territórios. Ninguém sai e ninguém entra nessas terras, a não ser os reféns de guerra; logo, nunca se sabe o que acontece fora “dos muros” de Oceânia.

 

Dentro de Oceânia, o Ministério da Paz cuida da guerra constante entre as potências, o Ministério da Verdade se encarrega das mentiras contadas para os cidadãos, o Ministério do Amor pratica a tortura nos prisioneiros, enquanto o Ministério da Pujança lida com a escassez de alimentos, tornando essa uma sociedade bem contraditória onde tudo é feito coletivamente, mas cada um vive sozinho.

 

É uma sociedade totalmente dominada pelo Estado, onde ninguém escapa da vigilância nem da vingança do Grande Irmão, um poder cínico e cruel ao infinito. O passado passa a ser controlado e apagado através de modificações feitas diariamente em jornais, livros, fotos e qualquer outro documento, afinal de contas, se não está na história, então não existe.

 

No entanto, Winston começa a se questionar sobre o mundo em que vive, sem saber se seus pensamentos contraditórios são apenas sonhos ou vestígios de lembranças de um passado apagado de sua memória. Em busca da verdade e da liberdade, Winston desafia a ditadura de Oceânia, se entrega a uma paixão libertadora pela colega de trabalho, Júlia, e se envolve com uma organização revolucionária secreta.

 

As mentes são controladas, é praticamente proibido pensar, nem se relacionar romanticamente com alguém, já que o único objetivo dos casamentos é gerar filhos para trabalharem para o Partido. O Partido não está interessado no bem dos outros, mas sim no poder em si. Nem em riqueza, nem luxo, nem vida longa ou felicidade, só o poder pelo poder, poder puro.

 

E é nessa ideologia de controlar tudo e todos que durante a leitura nos questionamos até que ponto o Grande Irmão tem poder. Será que essa organização revolucionária seria capaz de libertar a sociedade dessa ditadura? Ou será que o Grande Irmão permanecerá para sempre no poder através das suas lavagens cerebrais e das torturas cometidas contra os presos? O final do livro promete uma resposta para esses questionamentos.

 

Nem tudo que é considerado importante é fácil ou prazeroso de ler, e foi essa a pressão que senti já que a leitura para mim foi bem cansativa, principalmente quando Orwell fala sobre a ideologia de Oceânia, um capítulo longo sem muitas brechas para pausa e respiro.

 

Apesar desse cansaço que senti eu recomendo a leitura. É preciso ter uma visão diferente daquilo que estamos acostumados a ler, da nossa zona de conforto, e mesmo sendo uma distopia e algo bem improvável de acontecer com o mundo atual, acredito na importância da obra e não é à toa o peso que ela carrega há anos.

 

1984

AUTOR: GEORGE ORWELL

EDITORA: COMPANHIA DAS LETRAS

PÁGINAS: 416


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