O pequeno príncipe – Antoine de Saint-Exupéry

quinta-feira, maio 14, 2020



Lembro que em algum momento durante a adolescência ter lido O Pequeno Príncipe, mas como na época a leitura era obrigação, é claro que não me lembro de mais nada. Apesar de muita gente já ter lido e conhecer a história, resolvi acrescentá-lo à minha lista de leitura e ter a experiência depois de adulta.

É uma história de aventura, uma fábula que pode ter sido criada através da boa imaginação do autor ou, quem sabe, o Pequeno Príncipe possa ter existido mesmo. É um livro fininho, que se você não tiver nada para fazer e sentar apenas para devorá-lo, em uma hora e meia você já terminou.

Muitas frases das quais li na história identifiquei do cotidiano, como por exemplo: “Só se vê bem com o coração, o essencial é invisível aos olhos”, ou “Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas”.

A própria contracapa diz que pode ser um livro para crianças e para adultos, já que os adultos conservam o menino que foi dentro de si. Concordo, se não fosse pela adrenalina, pelas borboletas no estômago, que graça teria a vida?

O Pequeno Príncipe surge para o autor quando ele está no deserto, tentando consertar o seu avião. Após fazer as contas de que tem água apenas para oito dias e que precisa bancar o mecânico, já que não levou ninguém como acompanhante, o menino aparece lhe pedindo para desenhar um carneiro.

A memória de sua infância de que tentara ser desenhista, mas nunca o incentivaram, vem à tona, e o autor desenha com muito custo uma caixa, dizendo ter um carneiro dentro, e dá ao menino. Cheio de perguntas e sem muita disposição para responder às dos outros, o menino vai revelando aos poucos quem é.

Ele vive em outro planeta, na verdade no asteroide B612, que é tão pequeno que só chega a ser um pouco maior que o menino. Tinha três vulcões, um na verdade está extinto, e os outros dois serviam muito bem para esquentar o café da manhã, que ele mantinha limpos e cuidados para não entrar em erupção.

O principezinho também tinha uma flor, que se parecia com uma rosa, que era cheia de si e vaidosa. E quando se cansou de todo o falatório da flor, resolveu se aventurar pelos outros mundos. Durante a viagem conheceu um rei em seu planeta, que só tinha espaço para o seu trono e acreditava que todo o universo estava sob o seu poder.

Em outro, conheceu um vaidoso, que acreditava que todos deviam admirá-lo. O planeta seguinte era habitado por um bêbado e, ao ser questionado pelo principezinho o motivo pelo qual ele bebia tanto, ele respondera que bebia por sentir vergonha de beber.

No quarto planeta o pequeno Príncipe conheceu um empresário que vivia a contar, e quando o menino lhe perguntou o que ele contava, eis que ele responde: as estrelas, acreditando ser dono de cada uma delas e por isso se achava o mais rico de todos.

O quinto planeta era tão pequeno que só cabia um lampião e seu acendedor de lampiões. Lá, o principezinho compreendeu que o homem era fiel ao regulamento de acender e apagar o lampião conforme os dias começavam e terminavam. Porém, com os anos, o planeta girava mais rápido, fazendo os dias e as noites serem extremamente pequenas, durando apenas um minuto, o que cansava demais o acendedor de lampiões que nunca mais poderia dormir.

O sexto planeta era dez vezes maior e havia um velho que escrevia em livros enormes. O principezinho descobriu que ele era geógrafo, que anotava todas as informações que seus exploradores lhe davam, sobre oceanos, desertos, rios e montanhas.

Por fim, o principezinho chegou a Terra, onde entendeu que em cada continente havia um acendedor de lampiões, fazendo dessa tarefa uma eterna dança muito bem organizada. Exceto no Polo Norte e no Polo Sul, onde os acendedores só trabalhavam duas vezes por ano.

O Pequeno Príncipe descobriu que a Terra era tão grande, em comparação à quantidade de pessoas, que poderia juntar todas elas e agrupá-las em uma única ilha do Pacífico. Ele conheceu então uma serpente no deserto, uma raposa e um jardim cheio de rosas e muitas outras coisas mais. Então, quando encontra o homem, pede para ele desenhar um carneiro para que ele tivesse mais uma companhia em seu pequeno e solitário planeta.

O Pequeno Príncipe mostra em sua narrativa a pureza da imaginação das crianças, que perdemos quando ficamos adultos. Às vezes o que nos falta é olhar as situações de outro ângulo ou talvez dar maior importância às pequenas coisas.

O PEQUENO PRÍNCIPE
AUTOR: ANTOINE DE SAINT-EXUPÉRY
EDITORA: AGIR
PÁGINAS: 96


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