Publicado pela
primeira vez em 2002, consegui encontrar sua primeira edição no sebo da “A Degustadora de Histórias”, aqui em
Ribeirão Preto, e diferente dos romances que já li de Allende, “A cidade das feras” é uma aventura que
pode ser lida por adultos e principalmente por jovens, já que esta é uma obra
que nos educa e alerta sobre os perigos que a nossa floresta e os nossos
animais correm nas mãos de pessoas gananciosas.
Alexander Cold, de 15
anos, tem uma vida normal e tranquila com a família na Califórnia, até que são
surpreendidos com a notícia de que a mãe está muito doente e que, devido ao
tratamento precisar de toda a atenção dos pais, ele e suas irmãs mais novas
passarão uma temporada na casa de suas avós. Assim, pela primeira vez, Alex se
vê longe de sua família, e embarca para Nova Iorque para morar com a avó
paterna.
Logo de cara Alex se
vê em uma enrascada em uma cidade onde nunca foi. Combinado de buscar o neto no
aeroporto, Kate não aparece e cansado de esperar, Alex decide pegar um ônibus,
com a ajuda de uma desconhecida, para chegar até a casa da avó. Mas Alex é
assaltado, e a menina que parecia tão prestativa, leva sua mochila com tudo
dentro, deixando Alex apenas com o dinheiro e o passaporte previamente
escondidos na meia com medo de ser assaltado na megalópole.
Mas a aventura está
só começando, já que Kate foi contratada pela International Geographic para uma
expedição pela floresta amazônica à procura de uma criatura que pouca gente viu
e que é conhecida como “a fera”. Assim, Alex e Kate Cold se embrenharão por
matas perigosas na companhia de uma equipe de fotógrafos e pesquisadores para
investigar o caso, tendo como guia o brasileiro César Santos e sua filha
adolescente, Nádia.
Em companhia da
flauta que herdou do avô para os momentos de desânimo, Alex encontra na música
um lugar aconchegante e só seu. Com uma avó incapaz de demonstrar carinho e
afeto pelo neto, mas tratá-lo com rispidez, logo Alex acaba fazendo amizade com
Nádia, que apresenta ao jovem um mundo novo e mágico que ele sequer imaginava
existir.
Nádia fala a língua
dos índios e conhece a floresta e seus habitantes melhor do que qualquer um da
expedição. Ela ensina a Alex que cada pessoa tem seu animal totêmico que
corresponde à sua alma. Pouco antes de começarem a viagem, Nádia recebe a
visita noturna de um xamã misterioso do povo da neblina que lhe entrega um
talismã para protegê-la de todos os perigos que eles enfrentarão.
Mauro Carías, o
empresário mais rico da região, convida os visitantes a conhecerem seu
acampamento, lá, Alex tem a primeira e mais incrível experiência em sua vida.
Em uma jaula improvisada com madeira e tela de galinheiro havia um jaguar
negro, um dos mais famosos animais extintos daquele lugar, de pele lustrosa e
olhos hipnóticos cor de topázio, considerado o animal mais temível da América
do Sul. Fascinado pela visão do grande felino, Alex se aproxima da jaula como
se estivesse em transe, o jaguar solta um formidável grunhido e fixa seu olhar
em Alex.
De repente tudo
desapareceu, Alex se viu sozinho com o jaguar em uma vasta planície de ouro,
com altas torres negras, sob um céu branco onde flutuavam seis luas
transparentes. O jaguar, com uma voz humana que parecia vir do fundo de uma
caverna, pronunciou seu nome: Alexander... e ele, com a mesma voz, dizia:
jaguar... E então o céu ficou negro e as seis luas começaram a girar em suas
órbitas como se fossem lentos cometas.
Apesar de tudo se
confundir em sua mente, Alex tentou explicar o que havia acontecido entre ele e
o jaguar para Nádia, e embora lhe faltassem palavras para contar à sua amiga o
que havia sentido, ela simplesmente compreendeu sem precisar de mais detalhes:
o jaguar era o animal totêmico de Alex, e só os grandes guerreiros e xamãs
encontravam o seu animal.
O homem sempre quis
transformar a floresta em um negócio rentável, explorando as terras em busca de
diamantes e pedras preciosas, traficando armas, drogas e animais e dizimando os
povos nativos com doenças mortais. Mas Alex e Nádia só não imaginavam que os
inimigos se encontravam entre os membros da expedição e que seria necessário
observar cada um deles para impedir que isso acontecesse.
Assim, os dois jovens
conviverão não apenas com os perigos da floresta, dos animais desconhecidos,
com o grande mistério das feras e com os intrusos da expedição, mas em
contrapartida conhecerão um mundo surpreendente, repleto de sabedoria milenar,
de deuses, de animais que imaginavam estarem extintos, espíritos que andam de
mãos dadas com os vivos, muita magia e muito mistério. E junto com Alex e Nádia
vamos percorrer mundos onde se misturam os limites entre o sonho e a realidade
e dessa grande aventura vemos nascer uma verdadeira e duradoura amizade.
Isabel Allende dá voz
à natureza, à beleza e aos encantos que nela vivem e de forma leve nos faz ver
a importância de preservar a floresta, a fauna, a flora e as tradições
originárias do nosso povo e da nossa história.
Você já conhecia essa
história?
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baixo!
Até o próximo post!
A
CIDADE DAS FERAS
PÁGINAS:
280
AUTOR:
ISABEL ALLENDE
EDITORA:
BERTRAND BRASIL