Em 1938, na cidade de
Viena, Samuel Adler é um menino judeu de cinco anos, que perde o pai durante a
Noite dos Cristais, uma onda de violência antissemita que aconteceu em toda a
Alemanha, Áustria e Tchecoslováquia. Após sua família perder tudo durante o
ataque, sua mãe, desesperada e na tentativa de encontrar o marido desaparecido,
consegue uma vaga para Samuel em um trem que levará crianças da Áustria para a
Inglaterra. Ali, o garoto dará início a uma nova etapa de sua vida, com seu
violino e o peso da solidão e da incerteza que o acompanharão durante toda a
sua vida.
Em janeiro de 1982,
Leticia Cordero entra nos Estados Unidos cruzando o rio Grande a nado, agarrada
ao pai, vinte e quatro dias após o massacre de El Mozote, depois de perder a
mãe, os irmãos e a avó. Muitos anos depois, Leticia decidiu descobrir o máximo
sobre o dia que mudou sua vida, já que nunca havia conversado de fato com o
pai, e quando questionado se ele havia conseguido ao menos enterrar sua
família, sua resposta se resumia a “é melhor você não saber”. A única explicação que Leticia recebeu
do pai foi que os militares haviam passado pela aldeia e que a família não
existia mais. A menina não entendeu a magnitude da tragédia, mas sentiu como um
imenso vazio no peito.
Em 2019, no Arizona,
Anita Díaz, de sete anos, embarca em um trem para fugir de El Salvador e
exilar-se nos Estados Unidos. No entanto, sua chegada ao país coincide com uma
nova e implacável política governamental que a separa de sua mãe na fronteira. Sozinha,
assustada e longe tudo que lhe é familiar, Anita imagina um mundo mágico e se
refugia em Azabahar. Com a esperança de poder ajuda, a assistente social Selena
Durán, e o advogado Frank Angileri, lutam para reunir Anita com a mãe e lhe
oferecer um futuro melhor.
Allende narra essa
obra dando voz não apenas aos acontecimentos trágicos, baseados em fatos reais,
dos personagens fictícios, mas também sobre a separação familiar e a busca
incessante pela reunião de seus membros. A autora destaca a opressão por trás
do fenômeno da migração e todos os problemas que ocasionam dele, fazendo os
leitores ter mais empatia por aqueles que lutam para reconstruir suas vidas
após um evento traumático.
Não em vão, Isabel
Allende, além de seu trabalho como escritora, também dedica parte de seu tempo
aos direitos humanos na fundação que criou em homenagem à sua filha Paula após
sua morte, dedicada à proteção e empoderamento de mulheres e meninas, tema que
também faz parte de “O vento sabe meu nome”.
Apesar de ter gostado
da obra e ser uma leitura que eu recomendo, a narrativa não me deixou encantada
ou impactada como “Longa pétala de mar”, primeiro livro que li de Isabel Allende,
mas valeu à pena, pois sua narrativa flui de forma que, quando você se dá
conta, o livro já acabou.
E você, já leu alguma
obra de Isabel Allende?
Me conta aqui em
baixo! Até o próximo post!
O
VENTO SABE MEU NOME
PÁGINAS:
224
AUTOR:
ISABEL ALLENDE
EDITORA:
BERTRAND BRASIL