Quem me acompanha aqui no blog há mais tempo
sabe que o meu amor pelos livros começou mais tarde, aos 19 anos, depois de não
ser mais obrigada a ler livros para fazer provas na escola. Mesmo assim, é
claro que alguns dos que acabei lendo nesse período me marcaram bastante, por
isso hoje eu resolvi falar um pouquinho sobre eles.
O premiado autor Pedro Bandeira é famoso por
suas histórias destinadas ao público infantojuvenil e claro que algumas obras dele
marcaram a minha adolescência. “Pântano
de sangue” é um dos livros da famosa série “Os Karas”, uma história de
mistério onde cinco adolescentes se envolvem com o crime organizado no Pantanal
que tem como base o tráfico internacional de drogas, o comércio ilegal de peles
de animais, o desmatamento e a preservação da natureza e da cultura indígena.
Apesar de ter sido lançado em 1987, é uma obra com assuntos atuais e excelente
para ser discutido entre os jovens.
“Mariana”
é
uma adolescente que pensa muito em namorados e inventa um namorado, que faz
intercâmbio nos Estados Unidos, para poder se enturmar na escola e não ser
excluída. Mas é claro que mentira tem perna curta e com essa narrativa
acompanhamos a saga da puberdade com a primeira menstruação, o primeiro sutiã,
o primeiro beijo e muitas outras primeiras experiências. A leitura é divertida,
e apesar de os jovens hoje serem diferentes e muito mais informados do que há
17 anos, a leitura também marcou bastante a minha adolescência.
“A
marca de uma lágrima” é um amor de livro. Isabel é uma adolescente
que se apaixona por seu primo Cristiano, mas este está apaixonado por sua amiga
Rosana, enquanto isso, Fernando, seu melhor amigo, nutre uma paixão pela jovem.
Através de cartas escritas por ela, Cristiano tenta conquistar Rosana, mas mal
sabe ele que aquelas palavras vieram do fundo do coração de Isabel para ele
mesmo. É uma história de amor não correspondido, mas com um final surpreendente
e cheio de poesias lindas.
José de Alencar é um querido pra mim! Fã de
coisas antigas como sou, o autor teve sua primeira obra, “Cinco minutos”, escrita em 1856, e justamente por ser romancista e
narrar histórias da corte é que a leitura de seus livros me encantou.
“Senhora”
é
uma obra famosa e narra como os casamentos eram realizados antigamente, o uso
de dotes oferecidos pelos pais que, quanto maiores eram seus valores, mais
pretendentes as mulheres tinham e as chances de conseguir um bom marido também
era maior. Antes de receber uma herança, Aurélia foi abandonada por Fernando
por ela ser pobre e não ter um dote que sustentasse seu luxo e sua tentação a
bens materiais, mesmo sem ele ter muitas posses em seu nome. Quando finalmente
sobe de posição, é Aurélia quem compra Fernando, oferecendo a ele um dote
altíssimo para que ele se case com ela. Mas nem sempre o dinheiro fala mais
alto e uma linda história de amor surge nisso tudo.
“Encarnação” foi
o primeiro romance que li que envolve algo espírita e que me abriu os olhos
para muitos questionamentos no futuro. Após a morte de sua esposa, Hermano se
mantém recluso em sua chácara tendo contato apenas com as pessoas que conheciam
Julieta. Aos 18 anos, linda como a primavera, Amália atrai a atenção de muitos
pretendentes não levando a sério o cortejo de nenhum deles. Mas o mistério que
ronda a vida de Hermano acaba atraindo a atenção de Amália que, aos poucos, se
vê apaixonada por ele. A partir daí, a jovem disputa a atenção de Hermano com
sua falecida esposa e é nesse dilema entre o antigo e o novo amor que os
leitores acompanham esse romance cheio de mistério.
Para quem não conhecia nenhuma dessas obras,
todas da literatura brasileira, recomendo a leitura de cada uma. Apesar de os
livros de Pedro Bandeira serem destinadas ao público infantojuvenil, vale a
pena a leitura para você, adulto de hoje, sair do casual e relembrar a sua
adolescência.