Para começar, apesar de ter adorado todo o
contexto do livro, que fique claro que o final, pelo menos pra mim, foi uma
incógnita. Às vezes era pra ser assim mesmo, às vezes não.
Quando me interessei pela história, acreditei
que teria mais romance envolvido. O livro em si é titulado como um, mas os
leitores só encontram toques de romance nas cartas enviadas entre os
personagens.
O autor conta a história do egiptólogo Ralph
Trilipush e sua busca para encontrar a tumba do rei Atum-hadu após a descoberta
de alguns fragmentos da mesma dinastia. Uma dinastia que é marcada por
hieróglifos pornográficos.
Toda a história gira em torno dessa procura e
um fato técnico que pode fazer o leitor se perder no início é a troca de cartas
entre os personagens que mescla os anos de 1920 e 1950/60.
Claro que Ralph não é o único que está no Vale
dos Reis. No mesmo lugar outro historiador procura a tumba de Tutancâmon, mas
claro que confiar no próprio sucesso é muito melhor.
Para que a expedição ocorra, Ralph conta com o
apoio e investimento de seu futuro sogro e de seus sócios, e promete a eles que
uma fortuna os espera. Mas a investigação de um assassinato pode acabar com a
sua busca.
O detetive australiano, Harold Ferrell, procura
os culpados pelo assassinato de Paul Caldwell, o que acaba colocando em jogo a
vida de Ralph. Será que ele seria mesmo um professor de Oxford? Será que ele
realmente está apaixonado por Margaret? Será que esse rei Atum-hadu de fato
existiu?
Arthur Philips mescla alguns toques de romance
nas correspondências enviadas entre Ralph e Margaret, mas o que mais dá emoção
à história é essa busca pelo assassino de Paul Caldwell e pela descoberta da
tumba do rei pornográfico.
Um livro carregado de ambição e ganância, que
mostra a diferença entre as classes sociais da época, e traduz o desejo do ser
humano de poder escrever o seu nome na História.
O EGIPTÓLOGO
AUTOR: ARTHUR PHILLIPS
EDITORA: JOSÉ OLYMPO
PÁGINAS: 434